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UFC 197: Jones volta seguro e vence OSP; DJ brilha ao nocautear Cejudo

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Por Rodrigo Tannuri

O UFC 197 prometia muito, mas decepcionou, entregando poucos momentos marcantes. O palco tinha mesmo que ser o tradicional MGM Grand Garden Arena, em Las Vegas, e por isso mesmo vários dos atletas do evento deveriam render mais. Segue abaixo meus destaques.

Jon Jones x Ovince Saint Preux - Finalmente, o melhor lutador de MMA de todos os tempos voltou e, como era esperado, confirmou o favoritismo anotando uma vitória segura. Jones dominou Saint Preux por cinco rounds, porém não teve a desenvoltura habitual. Ele mesmo reconheceu isso. No entanto, não acho que ele tenha lutado mal. Essa era uma luta de readaptação e, como o ex-campeão dos meio-pesados estava enferrujado, é normal que não se apresente 100%, até porque passou por muitas coisas ruins durante esse tempo. Até acho que Daniel Cormier, campeão da divisão e adversário original, daria certo trabalho, mas cravar que DC ganharia é oportunismo, até porque perdeu no primeiro encontro. Ao ser criticado no retorno, tenho absoluta certeza de que Jones voltará a ser Jones na próxima luta, ou seja, implacável. Se lutando “mal” venceu tranquilo, imagine o que fará lutando bem. E aí, será que Cormier será capaz de vencê-lo? Afinal, este vem de lesão e também não luta há um tempinho. Será que DC continuará favorito pra certas pessoas ou isso é apenas birra por não gostarem da pessoa Jones? Que coisa, não?

Demetrious Johnson x Henry Cejudo - Muitos achavam que Cejudo daria uma luta dura a Johnson, pelo fato de ser um wrestler de altíssimo nível (conquistou a medalha de ouro nas Olimpíadas de 2008). De fato, ele quedou o campeão dos moscas, mas o susto fez bem à DJ. Em pé, por mais que o desafiante tivesse bom boxe, sua experiência no MMA e velocidade estão em outro nível. As joelhadas e cotoveladas fizeram o invicto cair e deram mais uma vitória maiúscula ao rei da divisão. Essa foi a 8ª defesa de cinturão de DJ. Vale lembrar que o sonho do americano é quebrar o recorde de Anderson Silva, que realizou 10 defesas. Nesse ritmo, irá conseguir com certa facilidade. Não há mais desafiantes e, caso apareça um rosto novo ou uma figurinha repetida, DJ já entra como favoritaço, sendo mera questão de tempo seu triunfo. Ele é a categoria! Está em outro nível e merecia muito mais reconhecimento. Infelizmente, ainda há quem não goste dos moscas. Dá orgulho ver DJ lutar e, sinceramente, não seria loucura dizer que ele é o melhor lutador de MMA da atualidade.

Edson Barboza x Anthony Pettis - Que atuação maiúscula teve Edson! Sem dúvida, essa foi a maior vitória de sua carreira. O brasileiro mostrou muito foco, seriedade e também trabalhou muito bem com as mãos. Esse último ponto foi surpreendente, porque todos sabem que as armas preferidas do fenômeno de Nova Friburgo são os chutes diversos. Por falar nisso, os golpes castigaram Pettis. A luta foi dramática e, ao mesmo tempo, belíssima. Na minha contagem, Edson levou por 30×27 e em nenhum momento passou por aperto. Ele tem que comemorar e muito essa vitória, que o deixará em ótima posição nos leves. Além de ser um striker de alto nível, o brasileiro, dificilmente, é quedado. Se pararmos pra pensar, nas derrotas sofridas pra Donald Cerrone e Tony Ferguson, Edson estava melhor, ou seja, tem que ser respeitado! Já o ex-campeão dos leves segue ladeira abaixo. Foi surrado por Rafael dos Anjos, amarrado por Eddie Alvarez e controlado por Barboza. Ninguém poderia imaginar o americano perdendo três seguidas! Curiosamente, a imprensa e os fãs americanos adoram dizer que a má fase de muitos atletas brasileiros se dá devido a rigidez do controle de doping. Será que vão acusar Pettis? Afinal, antes ele encantava e, atualmente, é outro lutador. Showtime não é nem sombra do que já foi e olha que, dessa vez, contou com a ajuda de Greg Jackson e Duke Roufus, dois dos melhores técnicos de MMA, em seu córner. Se nem assim deu jeito, é porque há algo de muito errado. Sua confiança, muitas vezes confundida com arrogância, se foi, juntamente com o hype que carregava.

Yair Rodríguez x Andre Fili - Os penas prometiam um duelo bastante movimentado e não decepcionaram. Como ambos são jovens, não tem aquilo da luta ser estudada. Pelo contrário, Rodríguez e Fili mostraram criatividade e ofensividade, como esperado. Só que o momento do primeiro era melhor que o do segundo, apesar deste ser melhor amparado (treina na Team Alpha Male). O mexicano, vencedor do TUF América Latina, venceu o primeiro round e, quando estava se complicando no segundo, mostrou toda sua versatilidade ao acertar uma belíssima joelhada voadora no adversário pra liquidar a fatura. Sem dúvida, o golpe foi um dos mais bonitos de 2016 e tem que concorrer ao prêmio de nocaute do ano! Com a quarta vitória seguida no UFC, Pantera, novamente, nos mostra que é dos poucos participantes dos TUFs menos tradicionais que dá pra gente confiar. É um pena de valor e é ótimo vê-lo lutar. Como tem apenas 23 anos, ainda tem muita margem de evolução. Se com essa idade já está fazendo certo estrago, imaginem quando chegar ao auge.

HARRIS E PEZÃO BRILHAM EM PRELIMINARES DISCRETAS

Apesar de ter vencido todas por nocaute, Walt Harris estava devendo no UFC, mas, nessa edição, brilhou. O pesado é um brutamontes e estava levando a pior em pé diante do estreante Cody East. Só que no MMA, um vacilo pode custar caro, ainda mais nos pesados. Não é que Harris achou um golpe que mudou o rumo do confronto? Com East desnorteado, foi pro ground and pound e, por mais que o estreante tenha tentado resistir, era questão de tempo pra correr pro abraço. A vitória de virada foi sensacional! O gigante mostrou muito coração, poder e simplicidade, pois praticamente chorou ao conseguir seu primeiro triunfo na organização. Apesar de ter perdido na estreia, East estava indo bem, mas o resultado foi bom pra voltar a ser humilde. Ele afirmou que os lutadores do UFC deveriam temê-lo e, como vimos, não é bem assim que as coisas funcionam.

Marcos Pezão voltou a impressionar no UFC. O meio-pesado, simplesmente, atopelou Clint Hester! Em pé, mostrou todo seu poder e, no chão, aplicou um ground and pound bruto e, quando teve a oportunidade, finalizou com rapidez. A atuação do brasileiro foi tão brilhante, que não sofreu nenhum dano praticamente. Particularmente, gosto do estilo de Pezão e ele tem tudo pra se firmar nos meio-pesados, até porque o momento da divisão é ruim. Precisa de renovação e ele é sangue novo e de qualidade. Hester estava tão mal, que batucou antes do katagatame estar encaixado, tamanho era seu sofrimento na luta. Com a terceira derrota seguida, deve ser cortado, apesar de ser bom lutador.

Resultados do UFC 197:

CARD PRINCIPAL

Jon Jones derrotou Ovince Saint Preux por decisão unânime
Demetrious Johnson derrotou Henry Cejudo por nocaute técnico no 1º round
Edson Barboza derrotou Anthony Pettis por decisão unânime
Robert Whittaker derrotou Rafael Sapo por decisão unânime
Yair Rodríguez derrotou Andre Fili por nocaute no 2º round

CARD PRELIMINAR

Sergio Pettis derrotou Chris Kelades por decisão unânime
Danny Roberts derrotou Dominique Steele por decisão unânime
Carla Esparza derrotou Ju Thai por decisão unânime
James Vick derrotou Glaico Nego por decisão unânime
Walt Harris derrotou Cody East por nocaute técnico no 1º round
Marcos Pezão derrotou Clint Hester por finalização no 1º round
Kevin Lee derrotou Efrain Escudero por decisão unânime


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